segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VELHOS ESTANDARTES IX

ESTANDARTE DA ESFERA

INSÍGNIA DE D. MANUEL I


O distintivo do rei D. Manuel I, tinha como corpo principal uma esfera armilar, que consistia na representação do céu de um sistema astronómico convencional, cujo centro se supõe ser a Terra.

Este emblema, que representado uma vezes em azul, outras a ouro, mas em campo branco ou em escudo esquartelado em santor de branco e vermelho. Esta última vai aos poucos tornando-se no elemento fundamental da bandeira comercial do Brasil. O seu uso manteve-se e desenvolveu-se.


Colecção particular
Na penetração do interior do Brasil realizado pelos "Bandeirantes" no sul e pelas "Jornadas" no norte, a figuração da esfera armilar só ou acompanhada do Escudo Real, ou até com adicionamentos figurativos, como na representação de um missionário de cruz alçada a recordar a influência inaciana, surge também como símbolo unificador dos esforços da Pátria.


Colecção particular
 O uso da esfera armilar, como elemento por vezes único, na representação da bandeira portuguesa no Brasil conservou-se de tal modo que, no século XVII, nas lutas travadas contra os holandeses e nas jornadas de Tabocas e Guararapes é este o emblema máximo que figura como bandeira. Todos estes factos explicam a influência que a esfera armilar veio a ter na simbologia nacional.


PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

                         69
Aqui se lhe apresenta que subia
Tão alto que tocava à prima esfera,
Donde diante vários mundos via,
Nações de muita gente, estranha e fera;
E lá bem junto donde nasce o dia,
Despois que os olhos longos estendera,
Viu de antigos, longínquos e altos montes
Nasceram duas claras e altas fontes.

                                                                  85
                                         Pelas praias vestidos os soldados
                                         De várias cores vêm e várias artes,
                                         E não menos de esforços aparelhados
                                         Pera buscar do mundo novas partes.
                                         Nas fortes naus os ventos sossegados
                                         Ondeiam os aéreos estandartes;
                                         Elas prometem, vendo os mares largos,
                                         De ser Olimpo estrelas, como a de Argos.

Lusíadas, Canto IV, Est. 69 e 85



Conquista de Azamor em 1513
O desembarque


RESUMO DE ALGUNS ACONTECIMENTOS
 IMPORTANTES DESTE PERÍODO

No ano de 1500 descobriu-se o Brasil e em 1519 Fernão de Magalhães, embora ao serviço da Espanha, efectua a viagem de circum-navegação do globo. Portugal dominava na Índia, na Pérsia, em Malaca e na China.

O rei de Portugal podia orgulhosamente intitular-se: "Rei de Portugal e dos Algarves de aquém e além mar em África; Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia".

No ano seguinte, ao da descoberta do Brasil, enviou D. Manuel I uma esquadra a explorar a costa americana e em 1503 envia outra com mesmo intuito. No ano de 1504 Fernão Noronha é enviado como capitão da Ilha de São João (Fernando Noronha) e com privilégios de exploração.

Fragmentáriamente, sem plano orientador porque o Oriente absorvia os principais esforços, as relações com o Brasil tomam, de começo, a feição de uma exploração um pouco ao acaso. Pouco a pouco as actividades, com as terras de Vera Cruz, vão-se concretizando e do regime da concessão directa do Rei, passou-se para o sistema das capitanias donatárias e, posteriormente, à criação de um Governo Geral.

Em todas estas actividades relacionadas com a colonização do Brasil, não teve qualquer papel relevante a Ordem de Cristo sendo, por isso, a bandeira utilizada  a ínsignia de D. Manuel I

Texto e ilustrações: marr

Sem comentários:

Enviar um comentário