OS ESTANDARTES DA RESTAURAÇÃO
Quando no dia 1 de Dezembro de 1640 teve lugar a revolução nacional contra o domínio dos espanhóis, os Conjurados arvoraram uma bandeira, que poderemos chamar a Bandeira da Revolução. Esta era constiuida por uma Cruz de Cristo de cor encarnada, assente em campo verde; esta bandeira foi também utilizada nas campanhas contra os espanhóis. Praticamente todos os terços a utilizaram como símbolo supremo da Revolução de 1640.
Colecção particular |
Colecção particular |
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As bandeiras mais utilizadas pelos terços portugueses eram, regra geral, mais compridas do que largas, sendo a grande maioria de cor verde, tendo ao centro do pano a Cruz de Cristo a vermelho, aberta a branco como já foi dito, ou as Armas Reais em campo branco ou verde.
Além destas bandeiras havia uma grande variedade com as divisas particulares dos respectivos comandantes; noutras viam-se pintadas uma grande variedade de imagens religiosas como a de Nossa Senhora pintada de um lado e do outro o Santo Lenho e muitas outras reliquias; igualmente se viam os retratos dos grandes heróis nacionais como de D. João I, do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, etc.
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ESTANDARTE REAL
O Estandarte Real era de pano branco, tendo de um lado as Armas Reais deitadas, e do outro lado a representação de Nossa Senhora da Conceição.
Estandarte Real de D. João IV Colecção particular |
Os trombeteiros tinham pendentes nas suas trombetas pequenos galhardetes, assim como os timbaleiros ostentavam nos seus atabales panos; tanto uns, como os outros eram compostos do seguinte modo: de cor verde com o escudo das Armas Reais pintado, todos estes panejamentos eram debruados com franjas do mesmo tecido e mescladas das cores que entravam na sua composição, ou seja verde e vermelho.
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BANDEIRA DE MONTES CLAROS
De pano azul com as Armas de Portugal, esta bandeira encontra-se na Igreja da Conceição em Vila Viçosa, guardada como relíquia dessa Batalha.
O ABANDEIRADO
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VIVA PORTUGAL, SEMPRE!
Texto e ilustrações: marr
O termo "abandeirado ou embandeirado" era dado ao soldado inferior que nos corpos apeados levava a bandeira nas formaturas, quando o alferes precisava de descansar. Em Portugal nem todos os corpos tinham esse militar; por isso se utilizava o termo "alferes-embandeirado".
AS ORDENANÇAS*
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" O Alferes tem por particular ofício guardar a bandeira; não se empenhará noutra coisa, porque tudo o mais que na campanha se houver de fazer toca ao Sargento, porque em guardar a bandeira e defendê-la está toda a sua honra e a do Capitão. O seu lugar no esquadrão é no centro com a bandeira na mão, tendo à sua frente o abandeirado com o venábulo, enquanto se não peleja. A bandeira será das cores que ele ou o seu Capitão quiserem, mas trará sempre atravessadas, de canto a canto, duas bandas da cor o que seu Príncipe quiser para que se diferenciem os seus soldados dos inimigos, e da mesma cor trará cada soldado uma banda."
" Mal o Alferes receba a bandeira, a primeira coisa que faz é ir juntamente com o Capitão e a respectiva Companhia, devidamente formada, à igreja onde tenham maior devoção, e com toda a solenidade será benzida, para que Nossa Senhora lhe dê felizes sucessos. O Capitão segura-a na mão e depois de benzida entrega-a ao Alferes com muitas palavras de recomendação encomendando-lhe a custódia e a sua defesa. Depois de a receber irá abatê-la por três vezes diante do altar do Santíssimo Sacramento, ficando à terceira vez abatida no chão durante o tempo de um Pai Nosso e uma Avé Maria que se rezará. Enquanto se benze a bandeira o Capitão estará de joelhos com a ponta da mesma na mão. Quando saírem da igreja os soldados darão uma carga, tocando os tambores e pífanos com muita festa."
" O Alferes deverá andar sempre "mui lustroso" e bem armado de caçoleta, morrião, espada e adaga, e quando deixar a bandeira deverá levar na mão, ou às costas, o seu venábulo a fim de ser conhecido. Terá que se mostrar ao inimigo espantoso e terrível, com a espada na mão direita e a bandeira levantada bem alto na esquerda."
" O lugar das bandeiras é no centro do esquadrão, porque é o mais defendido e melhor guardado. E como é grande afronta da gente militar perder as bandeiras e grande honra defendê-las, convém que tenham o lugar mais seguro."
" Tem o Alferes a obrigação de governar a sua Companhia na falta do Capitão, e assistir com a bandeira, guardá-la e defendê-la nos postos em que estiver a sua Companhia; em começando a arcabuzaria, se meterá com ela entre as picas. Em qualquer caso que suceda , procurará sempre salvar a bandeira, ainda que seja enrolando-a ao corpo, que será a última tentativa de salvar, morrendo antes que largá-la. O abandeirado, tambores e pífanos são da sua responsabilidade e a ele toca conservá-los".
* Os textos das transcrições das diversas Ordenanças, da época, foram feitas de modo a não alterar o sentido e a "frescura" do texto, limitando-me a utilizar a ortografia moderna.
A GUERRA DA RESTAURAÇÃO
Durou esta guerra desde 1640 a 1668 contra o invasor espanhol que tinha ocupado o nosso País em 1580. Foram 28 anos de lutas consecutivas para conseguirmos obter o que de mais precioso pode uma Nação antiga, como a nossa, pode ter a sua INDEPENDÊNCIA.
Esta longa guerra atravessou os reinados de D. João IV, D. Afonso VI e a regência de D. Pedro, futuro D. Pedro II. Foi com o sacrifício de todo o povo de uma Nação e com o derramamento de sangue de tantos portugueses, que se lutou pela libertação da Pátria, desde o Reino, passando pelo Brasil e Angola, neste sentido poderemos destacar: Batalha do Montijo (1644); Batalha das Tabocas no Brasil (1645); Batalha de Guarapes no Brasil (1648); Batalha de Luanda em Angola (1648); Batalha das Linhas de Elvas (1659); Batalha do Ameixial (1663); Batalha de Castelo Rodrigo (1644) e a Batalha de Montes Claros (1665).
Como é possível que se queira riscar o Feriado do 1.º de Dezembro? Que filhos são estes que actualmente a Pátria têm? Como é possível ser considerado "facto não importante" a nossa INDEPENDÊNCIA e a nossa LIBERDADE?
Foi precisamente um dos primeiros actos da 1.ª República o decretar como Feriado Nacional o dia 1.ºde Dezembro! Como é possível tal ultraje? Não será preferível acabar com o 10 de Junho? Pois esse sim, trata-se de um "feriado inventado" primeiramente para se homenagear (e muito bem) os combatentes do Ultramar, depois fez-se uma estranha colagem como dia de "Camões e das Comunidades Portuguesas..." a que propósito? Que significado tem esse dia para a Pátria? Nenhum! Apenas um dia para se entregarem medalhas a qualquer um, à falta de melhor que se fazer... que tristeza...
Não vamos permitir que risquem do calendário e da nossa memória colectiva as Grande Datas Nacionais, os nossos descendentes não se podem esquecer, nunca, de todos esses portugueses que combateram e morreram pela nossa INDEPENDÊNCIA e LIBERDADE!
Convido os meus leitores a assinar a petição para que este importante feriado continue a comemorar-se, assinalando assim a nossa INDEPENDÊNCIA e LIBERDADE como povo!
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VIVA PORTUGAL, SEMPRE!
Texto e ilustrações: marr
Boas
ResponderEliminarexcelente documentação, vou aproveitar pois ja tinha visto umas coisas para os meus homens da restauração