sábado, 8 de outubro de 2011

VELHOS ESTANDARTES II

BANDEIRA DE D. SANCHO I
Colecção particular
A investigação histórica mostra, que nos sinais rodados do pai de D. Sancho I, se encontram os escudetes em número variável, dispostos em cruz, com cinco besantes de prata em cada escudete; já nos selos autenticando cartas de confirmação passadas pelos nossos primeiros Reis, aparecem igualmente os cinco escudetes dispostos em cruz, umas vezes sem indicação de besantes e outras com um número exagerado deles.


Colecção particular

Colecção particular


















Também os escudetes de azul as apresentam carregados com um número variável de besantes, uma vezes 10, outras 11 e outras ainda 15 na configuração do escudo real, formato que se mantém no reinado de D. Sancho II.



Cruzado e Templário
Ilustração do
mestre Roque Gameiro

Segundo outras versões, os cinco escudetes representariam não os cinco reis mouros, mas as cinco chagas de Cristo e, segundo ainda outros os cinco ferimentos que o rei D. Afonso Henriques recebeu na Batalha de Ourique; pelo que respeita aos besantes de prata, há quem queira ver na sua representação, no escudo, a afirmação do direito de cunhar moeda, que D. Afonso Henriques considerou como pertencendo-lhe a partir do momento em que passou a intitular-se Rei.

Gravura e texto do séc.XVII
Colecção particular
Em qualquer das hipóteses, o que não nos oferece dúvidas é que a primeira bandeira das Quinas foi utilizada desde 1139 e era representada por cinco escudetes de azul em campo de prata, escudetes estes dispostos em cruz e com os laterais de pontas viradas para o centro, estando cada um carregado com um número variável de besantes de prata, mas predominando o número de 11 em cada escudete, dispostos em: 3 - 2 - 3 - 2 - 1.


PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:

D. SANCHO I
1185 - 1211

                        85
Sancho, forte mancebo, que ficara
Imitando seu pai na valentia,
E que em sua vida  já se exprimentara,
Quando o Bétis de sangue se tingia,
E o bárbaro poder desbaratara
Do ismaelita rei de Adaluzia,
E mais quando os que Beja em vão cercaram
Os golpes de seu braço em si provaram.



Ilustração do mestre Carlos Alberto Santos
Colecção particular*

                                                                   88
                                               Mas a fermosa armada, que viera
                                               Por contraste de vento àquela parte,
                                               Sancho quis ajudar na guerra fera,
                                              Já que em serviço vai do santo Marte.
                                              Assim como a seu pai acontecera
                                             Quando tomou Lisboa, da mesma arte
                                             Do Germano ajudado, Silves toma
                                             E o bravo morador destrui e doma.






Templário
Ilustração do mestre Carlos
Alberto Santos
Colecção particular*
                         89
E se tantos troféus do Mahometa
Alevantando vai, também do forte
Leonês não consente estar quieta
A terra, usada aos casos de Mavorte,
Até que na cerviz seu jugo meta
Da soberba Tui, que a mesma sorte
Viu ter a muitas vilas suas vizinhas,
Que por armas, tu, Sancho humildes tinhas.








(Lusíadas, Canto III, Est. 85, 88 e 89)








ALGUNS ACONTECIMENTOS
IMPORTANTES DESTE PERÍODO

Além do avultado papel de pacificação, povoamento e reforço da defesa das fronteiras, destaca-se:
Conquista dos Castelos de Alvor, Silves e Albufeira (1189)


Conquista de Silves
Ilustração de Augusto Trigo
Colecção particular*
Conquista das Praças de Tui e Pontevedra (1197)

* Autorizada a publicação para este blog pelo autor dos quadros e pelo respectivo proprietário.
Texto e restantes ilustrações: marr

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