BANDEIRA DE D. AFONSO HENRIQUES
As Armas que o antigo Portugal usava, julga-se ser "uma cidade branca em campo azul, sobre um mar de ondas verdes e douradas", que significavam o Porto Cale, junto à foz do Douro.
O Conde D. Henrique decidiu acabar com estas primeiras Armas, substituindo-as por uma "cruz azul em campo branco".
Colecção particular |
D. Afonso Henriques utilizou as mesmas Armas de seu pai, mas em 1152, após treze anos da Batalha de Ourique e segundo Frei Cláudio da Conceição: "fez El-Rei um juramento do sucesso da Aparição de Cristo na Cruz antes da batalha, e mandou aos seus descendentes, que trouxessem por Armas cinco escudos postos em cruz, e em cada um deles trinta dinheiros, timbre a Serpente de Moisés, por ser figura de Cristo".
D. Afonso Henriques "O Conquistador" Quadro do mestre Carlos Alberto Santos Colecção particular* |
PEQUENO APONTAMENTO HISTÓRICO:
O MILAGRE DE CAMPO DE OURIQUE
1139/1140
42
Mas já o príncipe Afonso aparelhava
O lusitano exército ditoso
Contra o Mouro que as terras habitava
De além do claro Tejo deleitoso;
Já no campo de Ourique se assentava
O arraial soberbo e belicoso,
Defronte do inimigo sarraceno,
Posto que em força e gente pequeno.
43
Em nenhuma outra cousa confiado
Senão no sumo Deus que o Céu regia,
Que tão pouco era o povo baptizado
Que, pera um só, cem mouros haveria,
Julga qualquer juízo sossegado
Por mais temeridade que ousadia
Cometer um tamanho ajuntamento,
Que pera um cavaleiro houvesse cento.
Ilustração do mestre Carlos Alberto Santos Colecção particular* |
44
Cinco reis mouros são os inimigos,
Dos quais o principal Ismar se chama;
Todos exprimentados nos perigos
Da guerra, onde se alcança a ilustre fama.
Seguem guerreiras damas seus amigos,
Imitando a fermosa e forte dama
De quem tanto os Troianos se ajudaram,
E as que Termodonte já gostaram.
45
À matutina luz, serena e fria,
As estrelas do Pólo já apartava,
Quando na cruz o Filho de Maria,
Amostrando-se a Afonso, o animava;
Ele, adorando quem lhe aparecia,
Na Fé todo inflamado, assi gritava:
-«Aos infiéis, Senhor, aos infiéis,
E não a mi, que creio o que podeis!»
46
Com tal milagre os ânimos da gente
Portuguesa inflamados, levantavam
Por seu rei natural este excelente
Príncipe, que de peito tanto amavam;
E diante do exército potente
Dos inimigos, gritando, o céu tocavam,
Dizendo em alta voz: -«Real, real,
Por Afonso, alto Rei de Portugal!»
(Lusíadas, Canto III, Est. 42, 43, 44, 45 e 46)
Estátua de D. Afonso Henriques em Guimarães no seu local primitivo Gravura do séc. XIX - Colecção particular |
ALGUNS ACONTECIMENTOS
IMPORTANTES DESTE PERÍODO
Batalha de São Mamede (1128)
Batalha de Campo de Ourique (1139/1140)
Batalha de Valverde (1141)
Conquista de Santarém Quadro do mestre Carlos Alberto Santos Colecção particular* |
Conquistas de: Santarém, Lisboa, Sintra, Almada e Palmela (1147)
Conquista de Lisboa Gravura do séc. XIX - Colecção particular |
Conquista de Alcácer do Sal (1158 ou 1160)
Conquista de Alcácer do Sal Quadro do mestre Carlos Alberto dos Santos Colecção particular* |
Conquistas de: Serpa, Juromenha e Montáchez (1166)
Conquista de Beja (1172)
Conquista de Beja (1172)
Ilustração do mestre Carlos Alberto Santos Colecção particular* |
* Autorizada a publicação para este blog pelo autor dos quadros e respectivo proprietário das obras de
arte.
Texto e ilustrações: marr
Já estava a estranhar não haver actualizações. Obrigado e continuação de bom trabalho.
ResponderEliminarBelas obras! Fico feliz que o detentor das obras tenha autorizado o blog a publicar as imagens.
ResponderEliminarEspero ter a oportunidade de ver mais obras acerca da figura do Rei Afonso Henriques.
Obrigado por ter publicado o material!