DESCRIÇÃO DE SILVES POR UM CRUZADO
Colecção particular |
(...) Tem muitas casas e mansões ameníssimas; é cingida de muros e fossos, de tal modo que nem uma só choupana se encontra fora dos muros, e dentro de elas havia quatro ordens de fortificações, a primeira das quais era como uma vasta cidade estendida pelo vale chamado "Rouvale". A maior estava no monte e davam-lhe o nome de "Almedina" tendo outra fortificação na encosta que desce para o mesmo vale a fim de proteger o canal das águas e um certo rio chamado "Arade" ou "Drade"; outro corre para o mesmo, o qual se chama "Odelouca"; e sobre o canal há há quatro torres, de modo que por aqui se provesse sempre água em abastança à cidade superior, e tem esta fortificação o nome de "Coirasce" (...)
Colecção particular |
(...) As entradas pelas portas eram de tal modo angulosas e tortuosas, que mais facilmente seriam escalados os muros do que entraria alguém por elas. Abaixo da primeira era o castelo que se chamava "Alcay". Também havia uma grande torre no "Rovale", e tinha uma estrada coberta para a "Almedina", de modo que dela se podia ver o que se passava de fora dos muros da "Almedina", e os que acometessem os muros de revés pudessem ser atacados da torre, e da parte oposta, e esta chamava-se "Alvierna" (...) também se deve notar que as torres estavam tão perto dos muros de cada cidadela, que qualquer pedra atirada de uma delas cruzava até à terceira e em algumas partes ainda eram mais próximas (...).
In: Relação da Derrota Naval, Façanhas e Sucessos dos Cruzados que Partirão do Escalda para a Terra Santa no Anno de 1189. Escrita em Latim por Hum dos Mesmos Cruzados, Traduzido e Annotado por João Baptista da Silva Lopes., Lisboa 1844, pp. 14, 15 e 16.
Coorden. do texto: marr
Boas
ResponderEliminarexcelente trabalho para continuar a acompanhar, que belo diorama que isto vai dar.....