sábado, 5 de fevereiro de 2011

LUSITANOS - A TÁCTICA


Guerreiros Lusitanos
Quadro do mestre Carlos Alberto Santos
Por especial autorização para este blogue
Colecção particular




Por vezes ordenavam-se em corpos com cerca de 6 000 homens, combatendo em linha simétricas, colocadas de modo a servirem tanto para o ataque como para a defesa, protegendo-se mutuamente, aplicando a formatura em cunha, em que eram bastante exímios, embora a sua grande "especialidade" fosse a guerrilha, a emboscada e o ardil. Se tivermos em consideração o terreno onde eles progrediam que era extremamente arborizado e sem vias de comunicação, assim os Lusitanos, face aos romanos, tinham toda a vantagem de além de conhecerem o terreno, uma vez que as suas zonas de refúgio eram autênticos "esconderijos" da guerrilha, praticamente inacessíveis aos exércitos de ocupação, aliavam a tudo isto a ligeireza e flexibilidade face aos romanos, tanto no equipamento como no armamento dos seus guerreiros, dando-lhes assim uma rapidez de movimentos extremamente eficaz.


De nada servia o bem preparado e pesado equipamento e armamento do temível exército romano, temível sim mas, nas circunstâncias de uma guerra convencional para combater em campo aberto e não em estreitos caminhos, escarpadas montanhas, desfiladeiros intransponíveis e florestas extremamente densas.


A cavalaria Lusitana, regra geral, formava na retaguarda, entrando só em combate na ocasião em que os chefes achassem oportuno e actuavam sempre por entre os intervalos da infantaria; por vezes os cavaleiros combatiam desmontados, deixando  as montadas seguras nas árvores ou em estacas que eles transportavam presas nas extremidades das rédeas.
Quadro do mestre Carlos Alberto Santos
Por especial autorização para este blogue
Colecção particular
Quem melhor os soube descrever foi o geógrafo grego Estrabão na sua "Geografia da Ibéria", no Capítulo II, §3, N.º 6, relata-nos: (...) os Lusitanos são hábeis e ligeiros nas lutas de guerrilhas, em armar ciladas e em retirarem vantagens de situações desesperadas, fazendo as suas evoluções militares com muita ordem e destreza; tanto combatem a pé como a cavalo e estes últimos geralmente transportavam um peão na garupa do cavalo, sendo o animal treinado a subir as ásperas encostas das serras(...)

Monumento a Viriato em Viseu
(...) Entravam em combate soltando cânticos guerreiros, fazendo uma grande algazarra, gritando e abanando o cabelo para infundir terror, batendo com os pés no chão e as espadas nos escudos, numa bélica gritaria de ardor e entusiasmo (...)

Monumento a Viriato em Viseu
Era este o testemunho acerca deste povo aguerrido, que lutou tenazmente contra as legiões invasoras em prol da sua autonomia e independência, que era aquilo que os Lusitanos mais prezavam.
Texto de: marr

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